Há 40 anos, como não consegui vaga na Região do RJ, fui à Região de SP para fazer a parte de campo do Curso de IM para chefes de tropa escoteira.
O curso foi no Centro Escotista do Jaraguá, brilhantemente conduzido por uma equipe top de formadores. Embora o diretor oficial desse curso tenha sido o chefe Ryozo Osoegawa, não o víamos muitas vezes, pelo que foi o saudoso chefe Kaol Sugimoto quem mais interagia conosco.
Foram sete dias de aprendizagem, com muita formação técnica e em regime de acampamento. No fundo, era para (re)aprendermos o que fazer e como fazer, para depois passarmos os conhecimentos aos monitores das nossas tropas.
Além dos dois referidos, o restante da equipe de formação eram os chefes Jair, Antônio Rodrigues, Antônio Pedro, Lothar, Gilberto, José Renato e o Padre Tonini.
As ações de formação mais participativas e marcantes para a nossa missão como chefes de tropa foram: Uniforme e Garbo, As Bases Fundamentais do Escotismo, O Método Pedagógico do Escotismo, O Aprender Fazendo, A Lei e a Promessa Escoteira, Acampamento de Tropa – o Antes, o Durante e o Depois, O Fogo de Conselho, A Importância da Espiritualidade no Escotismo, Reuniões Semanais da Tropa, A Dinâmica do Jogo Escoteiro, O Sistema de Patrulhas – Partes I e II, e Adestramento dos Monitores, temas esses que eram dados de uma maneira muito mais prática do que teórica.
Além desses temas, foram abordadas diversas técnicas sobre Pioneirias – Amarras, Costuras, Nós, Falcaças e Ancoragens, Uso e Conservação de Ferramentas – Machadinha, Serra de Arco, Faca, Canivete e Terçado, Técnicas de Avaliações – Altura, Comprimento, Largura e Distância, Moldes de Pegadas em Gesso, Topografia – Mapas, Tipos de Bússolas, Curvímetro, Quadrícula e Pedômetro, e várias outras.
O acampamento foi duro, intenso, mas altamente produtivo. De fato, não tínhamos tempo para nada. Às tantas da noite e pela madrugada adentro, por patrulhas e fazendo turnos de 3 horas, ainda conseguimos construir uma ponte (só com amarras) para atravessar um pequeno rio que cruzava o campo.
Conseguimos fazê-la em uma semana e na inauguração, batizamo-la com o nome de “Ponte Kaol”, em homenagem àquele que sempre nos acompanhou, encorajou e dizia-nos constantemente que éramos capazes.
Hoje, vivendo em outro país há décadas, continuo no escotismo ativo como formador, concluí aqui o curso de IM e outros que cursei na associação escotista a que pertenço.
Mas guardo com carinho a lembrança de toda a vivência que tive no Jaraguá e a experiência de participar naquele curso espetacular, cujos ensinamentos foram utilíssimos nos muitos anos que estive à frente de tropas escoteiras e nas ações de formação que tenho dado.
Mas claro, eram outros tempos. Hoje os cursos avançados já não são assim. Na verdade, são muito, muito mais “light”.

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