E por isso cantamos: “Em cadência firme e sã, nosso peito faz vibrar, o rataplan, rataplan, rataplan dos Escoteiros do Mar”… Todos os nossos leitores já perceberam que ao longo desses 51 meses de participação na coluna ‘Palavra de Escoteiro’ no Informativo da SOAMAR Campinas, nossos temas sempre se encerram com um trecho do Hino dos Escoteiros do Mar.
Um dos hinos mais lindos, escrito e cantado, até hoje, obra do compositor Benevenuto Cellini dos Santos, nascido em 17/SET/1869 em São Paulo e falecido em 02/JAN/1927 na cidade de Niterói. Escritor e compositor era, de profissão, Contador concursado nos Correios do Brasil em São Paulo. Tocava piano com maestria e foi autor de pelo menos dois Hinos Escoteiros: o Rataplan do Arrebol, dos Escoteiros Básicos, e o Rataplan do Mar, dos Escoteiros do Mar. Em 1922 passou a residir na cidade do Rio de Janeiro e começou a ter contato com a Federação Brasileira de Escoteiros do Mar e em 1927, logo após seu falecimento, o Grupo Escoteiro a que pertencia passou-se a chamar Grupo Escoteiro do Mar Benevenuto Cellini, recebendo, após a unificação do Estado do Rio de Janeiro com a Guanabara o numeral 07. Irá completar, no próximo dia 30/ABR, 92 anos de boas atividades escoteiras.
O Hino dos Escoteiros do Mar possui linguagem própria à época e nosso objetivo nesta edição é mostrar a profundidade do sentimento existente em suas linhas, que não apenas o torna harmônico como representativo e absolutamente atual para os objetivos do Movimento Escoteiro. Abaixo segue uma “tradução em linguagem de hoje” com uma das possíveis interpretações feitas por este autor em 2013, quando era COREMAR ADJ, a pedido do Chefe Elmer Pessoa, do 55º SP Grupo Escoteiro Morvan Dias Figueiredo da cidade de Santos/SP. Entusiasta de primeira hora do Movimento Escoteiro nos solicitou essa interpretação para aplicação em jogo escoteiro.
ATUALIZAÇÃO PARA A LINGUA PORTUGUESA FALADA NO MOMENTO
a – letra no original
b – substituição de alguns vocábulos por sinônimos mais usuais hoje
c – Interpretação corrida do entendimento pretendido
1º VERSO
( A ) Do infinito mar, na vasta imensidade,
( B ) Do mar muito grande em extensão, em sua enorme imensidão
( C ) O mar nos inspira pelos eu tamanho que nos empresta a sensação de grandeza e de infinito por sua enorme dimensão e tamanho
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( A ) E sob a infinidade do esplendente azul
( B ) E sob (abaixo) a grandeza do céu azul
( C ) E ainda abaixo da imensidão do nosso céu de magnifico azul
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( A ) Queremos educar a nossa mocidade
( B ) Desejamos ensinar para nossa juventude
( C ) Há a necessidade de educar, dirigir, conduzir nossa juventude
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( A ) Fugindo a vida inerte, infenso, atroz, paul
( B ) Fugindo a vida sem ação, irritadiça, cruel (dolorosa), como um pântano
( C ) Para que ela consiga fugir de um modelo de vida que não tem ação, que leva a irritação, crueldade e os prende à lama como um pântano
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( A ) E quando vemos longe o torvelinho humano
( B ) E quando vemos longe o remoinho (turbulência) humana
( C ) E quando podemos perceber no futuro próximo turbulências humanas , que possam conduzir a perigos contra a Pátria
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( A ) O próximo perigo, as almas nos desperta,
( B ) O perigo iminente desperta as nossas almas
( C ) Esse perigo próximo (em ambiguidade poderia ser de fato o próximo perigo, em virtude de algum perigo que a Pátria possa ter passado quando da construção desse hino, por exemplo as Grandes Guerras)
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( A ) Ao nosso brado: Alerta! Alerta, Sempre Alerta!
( B ) Ao nosso grito: Alerta! Alerta, Sempre Alerta!
( C ) Ao nosso chamado de Alerta, estejam de fato Sempre Alertas!
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( A ) Responde-nos: Alerta! As vozes do Oceano.
( B ) Responde-nos as vozes do oceano: Alerta!!
( C ) As vozes do Oceano (a Marinha do Brasil, Marinha Mercante, Escoteiros do Mar e todas as profissões à ele ligadas, ou ainda, novamente na ambiguidade, as vidas já perdidas no Mar) nos respondem (ou seja, quando os Escoteiros do Mar gritam alertando de algo, até os Oceanos respondem): Estamos em Alerta Escoteiros do Mar
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( A ) Em cadência firme e sã
( B ) Em cadência (marcha militar organizada) forte e saudável
( C ) Numa marcha constante, forte, consolidada, única e uníssona e saudável
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( A ) Nossos peitos faz vibrar
( B ) Os nossos peitos chegam a vibrar
( C ) Que faz nossos peitos vibrar e emocionar, nos arrepiando de emoção
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( A ) O Rataplan, Rataplan, Rataplan Rataplan
( B ) é a onomatopeia dos rufares de um tambor
( C ) Damos nosso grito de guerra que é como o soar de tambores
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( A ) Dos Escoteiros do Mar
( B ) Dos Escoteiros do Mar
( C ) Dos Escoteiros que escolheram o Mar como modalidade
REFRÃO:
( A ) Em cadência firme e sã
( B ) Em cadência (marcha militar organizada) forte e saudável
( C ) Numa marcha constante, forte, consolidada, única e uníssona e saudável
.
( A ) Nossos peitos faz vibrar
( B ) Os nossos peitos chegam a vibrar
( C ) Que faz nossos peitos vibrar e emocionar, nos arrepiando de emoção
.
( A ) O Rataplan, Rataplan, Rataplan
( B ) Rataplan é a onomatopeia dos rufares de um tambor
( C ) Damos nosso grito de guerra que é como o soar de tambores
.
( A ) Dos Escoteiros do Mar
( B ) Dos Escoteiros do Mar
( C ) Dos Escoteiros que escolheram o Mar como modalidade
2º VERSO
( A ) Na progressiva paz, nos dias de perigo,
( B ) No momento em que progride a paz ou mesmo nos dias de perigo
( C ) Nos momentos em que se alternam as sensações de paz e de perigo
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( A ) Nas horas de alegria, ou quando reina a dor,
( B ) Nas horas de alegria ou quando a dor se faz presente
( C ) Entremeados por momentos de alegria e de dor
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( A ) É sempre o mesmo mar, o nosso grande amigo,
( B ) É sempre o mesmo mar o nosso grande amigo
( C ) Recorremo-nos sempre ao nosso melhor amigo, o mar
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( A ) É sempre a mesma Pátria, o nosso imenso amor
( B ) É sempre a mesma Pátria, o nosso amor maior
( C ) Da mesma forma que nossa Pátria será sempre o nosso imenso amor
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( A ) Se acaso ferve um dia, um turbilhão insano
( B ) Porém, se em algum dia sentimos o calor iminente de um perigo, um remoinho louco
( C ) No entanto, estamos prontos, para o dia em que se insurgir um novo perigo contra a Pátria, como que um redemoinho gigantesco e louco
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( A ) Das cúpidas paixões de alguma hora incerta,
( B ) Formado por paixões desejosas de horas incertas
( C ) Que se tenha formado por pretensões estranhas (externas ou internas) apaixonadas, naqueles momentos e horas em que nada mais faz sentido
REFRÃO – 2X
3º VERSO
( A ) Da Pátria, todo amor, constantes pioneiros,
( B ) Da Pátria temos todo amor, nós que somos os que abrem os caminhos, os precursores
( C ) Recebemos em troca de nossa Pátria, o reconhecimento e amor, por sermos aqueles que sempre abrem o caminho e exploram o diferente e novo
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( A ) Por sobre mar ou terra, ou sob o céu de anil,
( B ) No mar ou em terra, debaixo do céu de azul anil
( C ) Que seja no mar ou em terra, sempre sob o azul anil dos céus de nosso Brasil
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( A ) Ardentes, juvenis, do Mar os Escoteiros
( B ) Apaixonados, jovens, os Escoteiros do Mar
( C ) Somos os Escoteiros do Mar, jovens e apaixonados
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( A ) Só tem por lema audaz: Tudo pelo Brasil!
( B ) Que possuem um único lema: Tudo pelo Brasil!
( C ) Como os Escoteiros possuem uma única palavra (1º artigo da lei escoteira) os Escoteiros do Mar têm um único lema e promessa: Tudo pelo nosso imenso amor, o Brasil!
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( A ) E, assim, sempre evitando, da tibieza, o engano,
( B ) E assim, sempre se desviando das fraquezas, frouxidão, falta de ardor e o erro
( C ) E para estarmos sempre prontos a todo tipo de ameaça, precisamos fugir, nos desviar das fraquezas, daquilo que nos torna fracos e incapazes, sem a chama das paixões, errantes
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( A ) Do amor à Pátria e honra, da fé sob a coberta
( B ) Do amor que sentimos da Pátria e da honra (probidade e glória), da fé que sentimos quando embarcados (sob a coberta – convés inferior)
( C ) Para que possamos sempre amar e defender nossa Pátria, com a glória necessária e com a fé quando embarcados, sob o convés
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REFRÃO 2X
No link abaixo nossos caros leitores poderão desfrutar de um vídeo com o nosso hino, e sentirão a nossa vibração e orgulho de sermos Escoteiros do Mar.
https://www.letras.com.br/cancoes-escoteiras/rataplan-do-mar
“É sempre o mesmo mar, o nosso grande amigo, é sempre a mesma Pátria, o nosso imenso amor!!” Hino dos Escoteiros do Mar – Benevenutto Cellini
O escotismo nos proporciona esses momentos de conhecimento e de aprendizado.
Junte-se a nós! Sempre Alerta e Bons Ventos! Escoteiros do Mar!
GUTEMBERG FELIPE MARTINS DA SILVA é chefe escoteiro do 102ºGrupo Escoteiro do Mar Velho Lobo, de Campinas (SP), e escreve uma coluna chamada ‘Palavra de Escoteiro’ para o Boletim da Soamar Campinas.
*Este artigo foi publicado no Boletim nº 95 da SOAMAR Campinas. (JAN/2018)
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