Em uma bela mensagem aos escoteiros escrita em 1940, Baden-Powell dizia que a Segunda Guerra Mundial tinha podado o Movimento Escoteiro levando vários chefes e pioneiros, mas, ao mesmo tempo, acreditava que, quando a primavera da paz voltasse, o Escotismo ressurgiria ainda mais forte, o que acabou se confirmando:
“Podei as roseiras do meu jardim aqui no Quênia. Não é uma ocupação de primeira necessidade em tempo de guerra. Não me sinto orgulhoso disso, mas é o único exercício de ar livre que o médico me autoriza. Em todo o caso, a poda contém uma lição moral para nós, chefes escoteiros. Eu tinha podado demais algumas das minhas roseiras, e receava tê-las matado. Mas não. Com as alternativas de sol e de chuva deste clima, vê-se brotar a vegetação com extraordinária rapidez, e as minhas roseiras floriram tanto quanto mais podadas tinham sido. O mesmo acontecerá ao nosso jardim de rosas escoteiro. A guerra podou o nosso Movimento, levando-lhe os chefes e os pioneiros, e dispersou diversos escoteiros, evacuados para as diferentes partes do reino. Noutros países, a poda foi ainda mais severa. Em muitos casos, os nazistas podaram as plantas locais até o solo e tentaram substitui-las por outras plantas, como a Juventude Hitlerista e os Balilas. Mas as raízes lá estão! Quando a primavera da paz voltar pela bondade de Deus, as plantas lançarão novos rebentos tanto mais fortes e mais numerosos quanto mais foram postos à prova. Eles ajudarão eficazmente a restaurar a glória dos seus respectivos jardins nacionais.”
(Fonte: livros “Baden-Powell, Cidadão do Mundo”, de Robert Bastin, e “O Chapelão”, de Antonio Boulanger)
Que depois desses tempos difíceis floresçam as nossas roseiras, mais belas e fortes!!!
Rubem Tadeu Perlingeiro é Membro da Região Interamericana Escoteira (WOSM), foi presidente nacional da UEB, e Regional do Rio de Janeiro.
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